quinta-feira, 31 de março de 2011

Se eu fosse um lápis

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Eu gostaria de ser um lápis, os meus donos seriam o meu pai Joaquim e a minha mãe Lurdes.

Num dia lindo, estava no campo, era um dia de Verão. Pus-me a ouvir os pássaros e a escrever um livro. Escrevi, escrevi, até que apareceu o meu pai. E disse-me:

- Estás a escrever um livro?

- Sim, pai, estou; sabes, é que o campo e os pássaros dão-me vida.

- Então, até logo, depois venho chamar-te para o almoço.

- Está bem.

Quando o Joaquim e a Lurdes o foram buscar, encontraram-no a dormir muito quieto. Acordaram-no e foram almoçar a casa.

- Então mostra-me o teu livro. - disse a mãe cheia de curiosidade.

- Éstá aqui, mãe.

- Oh! Tão lindo!

- Sim, o campo dá-me vida.

Os pais viram o livro e disseram:

- Vamos à editora ver se ela quer o livro.

Foram, e a editora disse que sim. E os pais ficaram felizes por terem assim um filho.

José Vieira

quarta-feira, 16 de março de 2011

A vida depois da monarquia

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Depois da monarquia, a velha e ansiã dama contava agora os anos no caixão enquanto a república a espezinhava no solo.

Nesse reino longínquo era uma azáfama para decidir o governante seguinte. Uns votaram num, outros noutro, mas todos decidiram que o representante daquele país seria o afonso, Afonso Abelha, o primeiro presidente daquele país.

A paz reinava e a multidão estava calma até que, quatro anos se passaram e o prazo do presidente tinha expirado; aplicou-se a mesma azáfama que há quatro anos mas, desta vez, foi pior, todos e tudo era assaltado, as pessoas viviam em bairros de lata e viviam pobres e descontentes. Tinha que haver um presidente!

O relógio batia as sete horas da noite quando Zeus, o deus dos deuses, veio à Terra e deu a imortalidade ao Afonso Abelha. Toda a gente, e logo a seguir, às sete e um, elegeu Afonso Abelha como presidente.

E, para todo o sempre, acreditavam nele como chefe e presidente, ou, talvez mito.

Dias e dias, anos e anos passaram, sempre com o mesmo presidente, Afonso Abelha. E, quando completara cento e três anos, o país agora chamado de "Atlântida", foi ao fundo.

Duarte Cerdeira

quarta-feira, 9 de março de 2011